sexta-feira, 31 de julho de 2009

E tem casamento marcado para setembro



E parece que vamos ter festa mesmo. Na linha Barão do Triunfo, em Formosa do Sul, encontramos os jovens Fabio e Graziela, ambos de 23 anos. Eles estão de casamento marcado para setembro e pretendem continuar na agricultura, para alegria de seu Idemar Casagranda que se orgulha de poder contar com os filhos por perto na agricultura.



Todos os filhos se formaram e nenhum ficou

Na Linha Serra Alta, Formosa do Sul, encontramos o casal Ademir, 68 anos, e Rosa Moranese, de 63 anos, que tiveram sete filhos. Todos os filhos saíram para estudar e já estão formados. Nenhum deles quis ficar para trabalhar na propriedade. Seu Ademir vive apenas do leite, já foi suinocultor, mas diz não valer mais a pena criar suíno, o lucro é muito pequeno. Ele poderia aumentar a produção de leite, mas não tem mão de obra. Somente o casal trabalha na propriedade. Os filhos voltam apenas para visitar e passar férias.

Sr. Aldo e sua filha de Formosa do Sul

O trabalho de pesquisa continua em Formosa do Sul. Visitamos mais famílias, destacamos a propriedade de Aldo Comunello, que tem três filhos, duas moças de 15 e 17 anos e um rapaz de 20 anos. Seu Aldo diz que não é fácil ficar na agricultura. Letícia, de 15 anos, e a irmã Ana Clara querem sair para estudar assim que completarem o ensino médio. Já o irmão mais velho Ricardo, de 20 anos, quer trabalhar na cidade, fora da agricultura.

Linha Fernando Machado em Cordilheira Alta

Na linha Fernando Machado, em Cordilheira Alta, encontramos Alcides Piva, de 54 anos, e sua esposa Onice, de 55 anos. A propriedade é tocada pelo casal, já que o filho de 32 anos que ajudava nos afazeres agora mora na cidade e trabalha em uma empresa. Seu Alcides diz que a agricultura não é mais como antes, os preços das sementes e dos insumos estão muito caros e eles acabam trabalhando apenas para manter a propriedade.

Na Linha Bento em Cordilheira Alta

Na região de Cordilheira Alta, na Linha Bento, visitamos a família Arruda. É uma propriedade pequena onde vivem juntamente com os pais, os três filhos, e mais dois tios. O único que trabalha na propriedade é Jocelito de 27 anos, que ajuda seu pai na lavoura. Os outros dois irmãos trabalham em empresas próximas a localidade, já que a propriedade não consegue sustentar toda a família.

Em Romelândia a pesquisa contou com apoio da Epagri


Em Romelândia visitamos as famílias Moss e Kurn que têm histórias parecidas. A falta de estrutura das propriedades dos pais, fez com que, na década de 90, os filhos deixassem o campo em direção à cidade grande, São Paulo, para trabalhar em churrascarias. Hoje, eles fizeram o caminho inverso, conseguiram comprar um pedaço de terra e estão trabalhando na agricultura. Na linha Primeirinha, ainda em Romelândia, encontramos a família de Arilson Pereira, que também havia deixado o campo a procura de uma oportunidade. Arilson, que chegou a cursar seis semestres de administração, não se adaptou em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, onde foi morar e trabalhar. Arilson também voltou para a agricultura. Hoje, juntamente com a esposa que veio de Bento Gonçalves, vive da produção de leite.

Pesquisa de campo na Linha Caravaggio em Chapecó

O cronograma de trabalho do Documentário “Celibato no Campo” está em andamento. A pesquisa de campo começou em maio pelo interior de Chapecó. Na Linha Caravaggio visitamos algumas propriedades. A família Savarís, que vive na localidade há 44 anos, foi uma delas. É uma propriedade bem conservada, com uma boa infraestrutura, a família investiu na produção de hortaliças através do incentivo do projeto microbacias do governo do Estado. Quem toca a produção são os dois únicos filhos que permanecem na agricultura, um de 37 e outro de 41 anos, ambos solteiros.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Documentário Celibato no Campo

A intensa migração de jovens filhos de agricultores para as cidades, sobretudo de jovens mulheres, que saem para estudar e dificilmente retornam às propriedades rurais, faz surgir um novo fenômeno social: o celibato masculino no campo. O documentário vai abordar as razões do aparecimento deste fenômeno que se configura como a masculinização do campo e que tem como conseqüência a diminuição do número de casamentos e o envelhecimento no meio rural. A proposta é mostrar que a masculinização e o celibato no campo não podem ser encarados como decorrência natural do processo de desenvolvimento e que o atual modelo da agricultura familiar se apresenta como um dos principais fatores de expulsão das mulheres do campo.